domingo, 13 de setembro de 2009

A tristeza que sorri.

Em minha infelicidade discreta, minha melancolia é quem sorri, a fim de proteger minhas pequenas alegrias chorosas, selecionadas com minúcia, e enganar os olhos cardíacos e gordos que não suportariam a beleza dessa minha alegria contristada, de certo sentiriam palpitações ao se aproximarem desse contentamento receoso que, por não subestimar a efemeridade dos risos, e as efermidades recorrentes, são alegrias de vida longa, cheias de curativos e cicatrizes, mas das quais jamais desisti e as enterrei. Não quero colecionar alegrias, nem renová-las. Quero cultivar cada riso que tão intensamente escolhi, seria deveras triste me perder entre os risos fáceis dos homens felizes, que encontram beleza nas coisas simples, e motivos para sorrir em cada mínima coisa. Tenho orgulho da minha infelicidade crônica, e até gosto de enxergar um mundo tão feio, com pessoas tão feias e de energia tão pesada. E dessa maneira me ativam os brios encontrar alegrias em um mundo triste, e beleza em meio a tantas visões desagradáveis e uma pessoa como você, entre tantas desnecessárias.

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