segunda-feira, 27 de julho de 2009

Arquivo pessoal II

Não sei qual foi a causa e quais serão as consequências
a borboleta bate as asas e o vento vira violência.
Não sei a soma exata, só a ordem de grandeza
Não sermos literais às vezes faz nossa beleza
às vezes faz nossa cabeça um par de olhos, um pôr de sol
às vezes faz a diferença.
Tentei ficar na minha, tentei ficar contigo
o que há de mais moderno ainda é um sonho muito antigo.
Tentei ser teu futuro, tentei ser teu amigo,
o que há de mais seguro também corre perigo.
Não sei a quantas anda, é da nossa natureza
não saber o que fazer, às vezes faz nossa certeza
Às vezes faz nossa cabeça um par de olhos, um pôr de sol
às vezes faz a diferença...

(Sei não - EngHaw)

sábado, 25 de julho de 2009

Arquivo pessoal

Corpos em movimento
Universo em expansão
E o apartamento que era tão pequeno
Não acaba mais...

"Vamos dar um tempo"
Não sei quem deu a sugestão
Aquele sentimento que era passageiro
Não acaba mais.

Quero explodir as grades... e voar
Não tenho pra onde ir,
Mas não quero ficar
Novos horizontes
Se não for isso, o que será?
Quem constrói a ponte
Não conhece o lado de lá

Quero explodir as grades.. e voar
Não tenho pra onde ir
Mas não quero ficar
Suspender a queda livre... libertar
O que não tem fim sempre acaba assim.

~

No melhor esconderijo, a maior escuridão,
já não servem de abrigo, já não dão proteção.
Holofotes iluminam a libido e o vírus
o poder, o pudor, os lábios e o batom.
Há um muro de concreto entre nossos lábios,
há um muro de Berlim dentro de mim,
é que tudo se divide, todos se separam
a diferença é o que temos em comum.

Não há nada de concreto entre nossos lábios,
só um muro de batom e frases sem fim.
É que tudo se divide, todos se separam
uma república no pampa, um ponto em circunstância.
holofotes nos meus olhos cegam mais que iluminam,
nem caiu a ficha e já caiu a ligação.

Que a chuva caia como uma luva, um dilúvio, um delírio,
que a chuva traga alívio imediato.
que a noite caia, de repente caia, tão demente quanto um raio,
que a noite traga alívio imediato.

E que os muros e as grades caiam.

(DVD Novos horizontes: Novos horizontes e Alívio imediato)

... agora é bola pra frente, é bola no chão.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

ver no in ver no in ver no in ver no ...

Inverno invasor, inverso,
invicto, sempre chega, inveterado,
sempre parte, envereda-se,
sempre a parte invejável do meu inventário,
do meu inverno, ermo, invendável,
quando meu eu inverna, involui-se
e se envaidece, por seu modo invulgar de enverdecer,
quando em seu invernal momento
se congela, e somente o que se tem de forte
não se enverga à invernada e renasce,
não apenas invernizado,
mas vertendo o verde e inversível verve interno
do meu não vivido, mas vívido coração.

terça-feira, 21 de julho de 2009

com seu sem.

se

con
for
mar

então
eu
frio
salobre.

domingo, 19 de julho de 2009

nano-felicidade

Corpos sustentados por fibras ópticas
com ramificações condicionadas e
incapazes de entrelaçar pessoas.
Felicidade metodológica,
prazeres alienados
produzidos em escala e
tranferidos por bluetooth.
Energia disperdissada com choques,
rompimentos,
pela incapacidade de se fundir
limitando-se do calor maior.
Eu querendo me expandir
e o século reduzindo:
a tecnologia, o tempo, a compaixão.
O mundo aquecendo,
e as pessoas congelando:
a comida, seus filhos, os sentimentos.
Relógio para contar o tempo que desperdiçam,
GPS para se encontrarem no mundo,
microscópios para ver o pequeno,
telescópios para ver o distante,
óculos escuros para ver no claro,
infravermelho para ver no escuro,
lentes para a falta de foco,
óculos, lupas, binóculos, telescópios...
Tanta tecnologia pra se ver um mundo sem visão,
ver o glaucoma atingindo crianças
e adultos a produzir muletas de compensado.

em módulo

Descobrir prazeres no que acho detestável
até acordar cedo, se for para lhe ver dormir,
ficar sem espaço, se for para lhe caber.
E que ironia,
escrevendo torto por linhas certas,
me afastando do que eu queria encontrar,
não subo, não caio, não ando em círculos:
a discrepancia entre felicidade e meu momento
é uma mera questão vetorial.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Grande Merda


Nós, humanos, não somos os únicos que brigamos por qualquer bosta.
Scarabaeidae - "Besouro Rola-Bosta"

sábado, 11 de julho de 2009

Mentindo verdades.

Como admiro Lewis Carroll!
capaz de mentir além das verdades alheias,
ou de recortar verdades,
e ligar seus extremos, recriando,
como num passe de mágica,
uma mentira nunca antes mentida,
uma realidade enterrada em mentes
tão evoluídas como a de uma criança.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

sensação avirgular II

Nem a análise combinatória me desistimula,
uma fila de números que me pareciam infinitos
a internet foi capaz de deixá-los finitamente pequenos.
Vinte e poucas letras tornaram-se poucas
frente às bilhões de pessoas que as combinam,
e sinto-me sagazmente feliz
quando tiro do teclado algo que o gúgou não conhece.