sexta-feira, 18 de junho de 2010


Diferentemente das flores

Te sentes especial porque ouviste que
qualquer cousa em ti se parece
com outra qualquer na natureza.
Que tens tu do sol, das estrelas, do mar ou do ar?
Belezas inatingíveis,
veneração epistemológica.
O perfume das flores encontra-se já em pequenos e grandes frascos.
Seres a flor mais bela de um jardim
não te tornas única,
te tornas a mais bela.
Não te comparo a nenhuma cousa além de nossa compressão,
Tu és apenas uma garota com imperfeições que não há no céu ou nos mares.
Não tens a grandeza de um astro
que a todos aquece o corpo,
nem és como o ar que a todos é vital.
Tu és uma pequena parte da natureza,
e muito me agrada seu pequeníssimo tamanho,
pois assim cabes em meu colo.
Porém, se fosse comparar-te a algo que não és,
apenas como uma metáfora,
a fim de mostrar-te sensibilidade,
serias minhas bactérias,
danosas, benéficas, sobretudo, essenciais.
Serias um vírus, que ao me desestabilizar, me fortalece.
Tu serias um fungo que, silenciosamente, me devora.
E, entretanto, desejo-te profundamente:
Desejo cada ínfima maldade que, por ventura, possuas,
e minha carne cada pungente ferida que trouxeres.
Meu pequeno ponto de vida,
tens a beleza de me ser vital.

(tentativa de usar segunda pessoa, coração aberto para os possíveis erros, rs)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Abstracionismo



Enquanto houver sazón