terça-feira, 29 de julho de 2008

Se o cão butô pra nóis bebê, quem sou eu pra negar?


Mas é que se agora pra fazer sucesso, pra vender um blog de protesto, todo mundo tem que reclamar, eu também vou reclamar. E vai ser dessa tal de lei seca. Não pelos rigores da lei - não entendo p. nenhuma disso. Todas as reclamações já foram feitas (e todas as piadas também). Todos sabemos que quem mais sofre com isso somo nós, bons motoristas dotados de um fígado trabalhador (ou dois, como já colocou na prova um amigo meu), e, claro, as feinhas. Tenho algumas amigas feias. Muito feias. Muito muito feias. E não chove na horta delas a mais tempo do que não chove em São Paulo. E sim, a culpa é do álcool – ou da falta dele. Aposto como não demora para a parada gay ficar no chinelo perto da parada feia. Porque logo rola um protesto dessa galera na Paulista: “Se a lei seca não acabar / olê olê olá / Nóis vai penar”, ou “a lá” Ivete: lulinhaaa / lulinhaaaá / lulinha / libera o goró, lulinha!”. É muito fácil pro nosso presidente vetar a nossa mamadinha sagrada. Justo ele, o chefe maior do estado, o nosso pudim mór, que gosta mais da mangüaça do que gosta da mãe, não dirige mais. Ai dá pra enche a lata todo dia, né? Quem ta se dando bem são os guardinhas de plantão. O que tem de filho de puliça ganhando presente de natal adiantado não tá no gibi. E fora que tá caro. Com uma multa de 900 e cacetada a propina é grande. Já tem puliça andando com a maquininha da Visa debaixo do braço. Tá, mas você vai dizer: metade dos acidentes são causados por pessoas embriagadas. Você já percebeu que metade são causados por pessoas não embriagadas? Vamos tirar esses das ruas! Causam metade dos nosso acidentes. É como na velha piada que dizia que só somos os segundos maiores consumidores de álcool do mundo por causa dos evangélicos. E falando neles, meus amigos evangélicos da época de colégio foram todos reintegrados à turma. Dirigem que é uma beleza. E pra finalizar vou dar a dica de como burlar a lei. Não conte que fui eu, pode sujar. Mas, ó, dica do seu novo amigo Gus: carregue sempre uma garrafa de Whiskey fechada no carro (não é crime). Se você tiver tomado todas e for parado, é só abrir a garrafa antes de fazer o teste do bafômetro e tomar meio litro. O guarda nunca saberá se você estava alcoolizado antes ou depois de ter dirigido.

Gustavo Zotini

Absurdo!

Pára tudo!

Vi algo na televisão ontem que me deixou extremamente indignada, e eu pensei: preciso escrever sobre isso! A televisão mostra coisas que realmente nos deixam desacreditados. É filho matando os pais, são pais matando os filhos, por falar nisso, acho que as criançar deveriam começar a tomar red bull, com esses pais de hoje em dia né. E agora mais essa! Onde esse mundo vai parar?

Pois bem, eis a minha indignação:
Clique aqui.


pasmem.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Um ninguém José.


Há certos momentos na vida que nos perguntamos se destino existe. Se nascemos para trilhar um caminho já estabelecido por deuses. Se a sorte que hora nos dá as mãos, hora as costas, realmente age assim ou se tudo é questão de competência.
Um poeta acorda numa casa afastada do centro. Em um daqueles estados brasileiros que poucos lembram o nome de sua capital - deve ser menos importante que Washington DC - e escreve o sentimento que, naquela manhã susurrou no seu ouvido: "Levanta José, o dia é mais seu que essa casa que vc usa pra se esconder do mundo". E lá vai ele. Com a faca que cortou tanta cana pra ganhar algum dinheiro aponta um lápis achado, que serve pra rabiscar palavras sinceras e fáceis de entender em um papel qualquer. Queria colocar aqui as palavras de José. Mas elas não chegaram até mim.. Não chegaram a ninguém que eu conheço. E não vão chegar. José nunca terá um sobrenome, nem dinheiro, nem dará autógrafos (isso pra sorte dele). Isso não quer dizer que ele não encanta com o modo de ver e escrever o mundo. Aliás, sobre o mundo que José vê - e que escreve - eu não sei. O que eu sei é que o poema que José escreveu, o quadro que Valéria pintou ou a música que Luis compôs tem muito mais valor artístico e cultural brasileiro que obras divulgadas de homens-magos que buscam inspiração em suas casas de retiro na França, Itália, Inglaterra. Pra escrever sobre o Brasil, que visita quando dá tempo? Sobre o mundo, que acha conhecer? Ou só ficções que passam em bairros de Macondo? Esses são os verdadeiros merecedores de uma cadeira na Academia Brasileira de Letras? Tudo bem, pra que chorar por José? Se nem Drummond, nem Vinícius de Moraes tiveram uma cadeira na ABL. Se conforme José, a cadeira 21 está vazia mas o dono dela está de olho. lá da Europa onde nem banquinho ele consegue fácil. Se conforme José, vc não precisa de cadeira ou Academia. Você tem os pés na cultura q vc ama.. Se conforme José, seja um bom brasileiro. Se conforme.

Contagem regressiva.

Tem algo de que as pessoas nunca se lembram. Vivem como se o ser não tivesse fim e o viver fosse perpétuo. Desfrutam de suas vidas mornas como se fossem a materialização de suas aspirações, e alimentam ainda mais seus extensos leques de frustrações e incertezas.Acordam cedo, frequentam seus trabalhos enfadonhos que não tiveram coragem suficiente para escolher e voltam para suas casas e se preparam para um dia seguinte igualmente entediante.Aos finais de semana, vão aos mesmos lugares que todos vão, fazem as mesmas coisas e voltam novamente às suas casas, que também são todas iguais e ficam nos mesmos lugares.
Algumas pessoas se cansaram de ser como as outras e resolveram fazer algo diferente. Mudaram suas casas, seus trabalhos e seus corpos. Criaram lugares diferentes daqueles que as pessoas normais iam, e com isso criaram hábitos e práticas diferentes também. A partir disso, várias outras pessoas resolveram fazer o mesmo, e mudaram suas vidas conforme as daqueles que começaram a mudar.Daí em diante, as pessoas que cansaram de ser normais e também se tornaram todas iguais as outras que cansaram de ser normais antes delas, e todos os que cansaram de ser normais passaram a trabalhar com as mesmas coisas, ir aos mesmos lugares e serem normais da sua própria maneira.
O que diferencia as pessoas hoje em dia, já que elas são todas iguais? Todos morrerão. Essa é a única certeza que temos na vida. Por que será que as pessoas ainda não entenderam isso e continuam sobrevivendo? Por que elas não fazem o que realmente querem, já que não terão outra chance para fazê-lo?
Depois de tanto tempo apenas sobrevivendo, descobre-se a melhor maneira de se preparar para a morte: vivendo tudo o que tiver para viver!

Cidade limpa?

Festa a fantasia!



Justo.

Tráfico Humano



Se for para vender sonhos, que sejam os de farinha e açúcar.
Vivemos em uma sociedade estagnada a vender barato o que não tem preço. E como diria um Alguém que fala mais alto do que eu: vivemos tentando comprar sem se vender. Nossa sociedade criou o seu peso e sua medida, criou um sistema de trocas para que fosse possível criar-se um comércio, e a grande commodity do momento somos nós, humanos, mercadoria em estado bruto.
Nobel criou a pólvora e sentiu-se realmente um grande mal-feitor, apesar da boa intenção, mas ele deveria descansar em paz, e deixar esse peso para um senhor rabugento que criou os humanos, ou para o precursor da idéia infeliz de posse. Creio que de tudo que os humanos pensam possuir, sua grande aquisição foi a estupidez. Querem possuir construções, objetos, animais, e outros animais de sua espécie. E depois de possuí-los, sua vida torna-se monótona, e em meio ao tédio que é a vida desses animais, eles passam a competir por quantidade, qualidade, agregando um valor alto a seus brinquedos projetados por seu instinto humano. E quando tudo isso se torna realmente valioso, são os objetos que passam a possuí-los. Pode parecer ficção científica, mas a realidade que é realmente inacreditável. O mundo que os humanos criaram está contra eles, e estabeleceu-se o caos.
A coisa está tão feia, que tudo vale ouro, a nova moda é vender seus sonhos, e sabe-se lá o que se compra com esse dinheiro depois. Desprendendo-se de toda hipocrisia, todos devem ser capazes de encontrar algum pequeno negócio feito por tolice. Quantas carreiras não foram trocadas pela administração, dá dinheiro! Ou por aquela que irá garantir um cargo na empresa do papai, dá dinheiro! Dinheiro que depois gastam com analistas por serem eternamente atores, jogadores de futebol, cineastas, e dançarinos frustrados. Mas, nem tudo é tão barato quanto uma casa no Guarujá.
Quantas vezes os homens se trocam por papéis que não pagarão satisfação enlatada,
Extra! Extra! Vendem-se sonhos, pureza, dignidade, consciência limpa, honestidade, esperança, atitude, o pai, a mãe, o filho. Seus valores também têm valor ($).
O planeta aquecendo e os homens congelando: a comida, os sonhos, e os sentimentos.
Vendem o que é passível de lhes causar uma tal felicidade, e compram maneiras de se auto-destruirem, seus corpos, suas almas e suas aspirações. E totalmente decadentes os humanos se projetam perfeitos, criando padrões de beleza e de vida que escravizam pessoas, e não as deixam perceber que esses animaizinhos primitivos vendem seu conteúdo para comprar uma bela embalagem. Propaganda é tudo.

domingo, 27 de julho de 2008

Auto-análise de uma sintática.


Estou exausto! E foi somente no dia em que criei essa indignação que deixei de ser mim. Ser mim é algo realmente incômodo, mas não para um mim. Mim nada faz, nada sente, mim, geralmente, não é nada além de um mero objeto. É! Um objeto usado para receber as ações que lhe são impostas. Mas eu, que já fui mim, um dia serei promovido a alguém. Eu costumo ser um grande sujeito. Dono de todas as minhas ações, e quando sofro com elas, costumo ser um sujeito paciente. Apenas procuro manter o controle da situação, já fui mim o suficiente, e estou desgastado de nunca guiar o desenvolver de um predicado. Sei que sempre fui muito útil e necessário, eu sempre depende de mim, mas quero um pouco mais de aventura, cansei de ser tônico nesse mundo, quero ser átono! Uma interjeição! Singular! E sempre deixar reticências, para que haja uma eterna expectativa sobre esse sujeito, que pode até ser simples, por muitas vezes oculto, mas jamais indeterminado.
Venho abrir parênteses para dizer, não me entendam como esnobe, que não tenho sinônimos. Desde que me tornei um eu, venho sendo influenciado por muitas pessoas, quando um tal de adjunto adnominal surgiu na minha vida nunca mais fui o mesmo, vivo sendo modificado por esse cara de nome feio. Mas, um certo dia, reparei, que apesar de enfeitar e enriquecer a minha existência, ele não era um alguém essencial, vital. Foi quando encontrei quem me completava, por vezes se mostrava pequeno, e em outras enorme, mas sempre imprescindível. Seu nome? Complemento Nominal, mais um cara de nome feio, mas sem o qual não posso viver, na sua ausência minha oração é incompleta e sinto-me totalmente non-sense. Pois é, eu que sempre fui isolado como um vocativo, me vi eternamente em oração. E nesse momento me uno a todos os advérbios que me rodeiam a fim de fazer desse desabafo uma idéia concreta. E com esses companheiros vou tentar relatar a causa dessa sensação, para lhes mostrar que essa companhia, apesar de todas as concessões que fiz e condições que impus, tem um efeito sobre mim, que não há modos para excluí-lo desse meu tempo, não há preço que pague, nem oposição que me convença, de que essa não é a direção e o modo como sempre quis me sentir. E apesar de ter me mostrado piegas, apenas tinha a finalidade de explicar que o amor é imperativo e se impõe, o amor não usa ninguém como objeto e por isso se diz intransitivo, é completo, pleno, e constrói sozinho seu predicado, como eu sempre quis e nunca fui capaz. Hoje entendo que estou rodeada de quem pode me ajudar e me complementar, e até mesmo o amor, tão auto-suficiente, por vezes necessita que alguém contribua para que possa ser compreendido.