segunda-feira, 28 de julho de 2008

Contagem regressiva.

Tem algo de que as pessoas nunca se lembram. Vivem como se o ser não tivesse fim e o viver fosse perpétuo. Desfrutam de suas vidas mornas como se fossem a materialização de suas aspirações, e alimentam ainda mais seus extensos leques de frustrações e incertezas.Acordam cedo, frequentam seus trabalhos enfadonhos que não tiveram coragem suficiente para escolher e voltam para suas casas e se preparam para um dia seguinte igualmente entediante.Aos finais de semana, vão aos mesmos lugares que todos vão, fazem as mesmas coisas e voltam novamente às suas casas, que também são todas iguais e ficam nos mesmos lugares.
Algumas pessoas se cansaram de ser como as outras e resolveram fazer algo diferente. Mudaram suas casas, seus trabalhos e seus corpos. Criaram lugares diferentes daqueles que as pessoas normais iam, e com isso criaram hábitos e práticas diferentes também. A partir disso, várias outras pessoas resolveram fazer o mesmo, e mudaram suas vidas conforme as daqueles que começaram a mudar.Daí em diante, as pessoas que cansaram de ser normais e também se tornaram todas iguais as outras que cansaram de ser normais antes delas, e todos os que cansaram de ser normais passaram a trabalhar com as mesmas coisas, ir aos mesmos lugares e serem normais da sua própria maneira.
O que diferencia as pessoas hoje em dia, já que elas são todas iguais? Todos morrerão. Essa é a única certeza que temos na vida. Por que será que as pessoas ainda não entenderam isso e continuam sobrevivendo? Por que elas não fazem o que realmente querem, já que não terão outra chance para fazê-lo?
Depois de tanto tempo apenas sobrevivendo, descobre-se a melhor maneira de se preparar para a morte: vivendo tudo o que tiver para viver!

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