quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Pobre Barbie

Fico pensando a perda que será para a beleza humana o dia em que todos os seios forem grandes, redondos, duros, juntos, numa altura específica, e com uma proporção áurea entre mama e auréola. Que chatice, que tédio. Não é questão de aceitação. Ninguém precisa aceitar seu corpo. O que vem sido tratado como um processo, em minha opinião, é o que deveria ser óbvio e natural. São lindos os grandes, os pequenos, os redondos, os binodais, sigmoides, esquisitinhos, é quase uma personalidade em tetas. Hão de acabar com toda a expectativa que antecede uma apalpada, com a surpresa que é a primeira olhada, e os movimentos que fazem. Torço para que esse dia não chegue, e que esses tantos mil reais sirvam para levar as tetas para passear, para pegar um sol, para balançar em uma trilha... Uma mutilação não apenas do corpo, mas da alma. É como se retirassem da alma a capacidade que todos temos de enxergar o belo: a beleza do natural, do diferente, entregando-se a padrões de moda que não perdoaram nem a Barbie.