domingo, 25 de julho de 2010

Hoje acordei meio-dia, meio noite...
Foi quando quis lhe (d)escrever que descobri que certas sensações não se traduzem em 26 letras e uma única cor sobre essa folha tão branca cheia de linhas tão retas.

O pão nosso de cada dia

Quando nasci,
três reis mals me presentearam com sonhos, esperanças e imaginação.
Nasci sem pai nem mãe, e me criei sozinha.
Meu corpo foi tomado feito cachaça em um gole de amargura,
sendo crucificado sem nenhuma devoção.
Andei sobre águas etílicas e atravessei muitos desertos.
Fui traída por menos que trinta moedas
e os que erraram me atiraram a primeira pedra.
Sangrei sem tentarem me matar
e após o sétimo dia não ressuscitei.
Fui morta por quem dediquei minha vida
e enquanto carregava minha cruz pedi:
"Perdoai-o, Amor, ele não sabe o que se sente."

Os sofrimentos do jovem ?

"Poderia dizer a mim mesmo: "Você é um tolo em busca daquilo que não se encontra neste mundo". Mas eu a tive; senti o coração, a alma sublime, junto dos quais eu acreditava superar-me, tornando-me tudo aquilo que serei capaz de ser. [...] O nosso convívio era uma troca constante dos mais delicados sentimentos e do mais agudo espírito. Com ela, mesmo a descortesia estava marcada com o carinho do gênio."
(Os sofrimentos do jovem Werther - Goethe)

O livro é o mesmo, mas cada leitura do mesmo livro é única. Acho que Goethe me plagiou.