domingo, 25 de julho de 2010

O pão nosso de cada dia

Quando nasci,
três reis mals me presentearam com sonhos, esperanças e imaginação.
Nasci sem pai nem mãe, e me criei sozinha.
Meu corpo foi tomado feito cachaça em um gole de amargura,
sendo crucificado sem nenhuma devoção.
Andei sobre águas etílicas e atravessei muitos desertos.
Fui traída por menos que trinta moedas
e os que erraram me atiraram a primeira pedra.
Sangrei sem tentarem me matar
e após o sétimo dia não ressuscitei.
Fui morta por quem dediquei minha vida
e enquanto carregava minha cruz pedi:
"Perdoai-o, Amor, ele não sabe o que se sente."

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