quarta-feira, 24 de julho de 2013

Eu e o meio

Não sou uma pessoa de fé. Não acredito em criação. Não sei modelar sentimentos em barro e dar vida a esses em um ato sobrenatural. Acredito no que eu vejo, no que ouço, no que toco, e humildemente, no que sinto. Há quem me considere complicada, mas considero essa a mais simples das formas de ser. Difícil é o que me pedem: que crie um tudo com um nada. Que componha estórias e histórias, com início, meio e fim, baseadas em fantasias.


Penso Estou conectado, logo existo. Construtivismo. Construtivemos nós. Socorro Vygotsky! Socorro Gergen! Socorro Durkheim! Livrem-me dos homens egoístas, como se houvesse solidão no mundo. Solidão é ambição utópica, uma ignorância violenta. Livrem-me dos homens que me pedem que os ame tão sozinha, que eu conceba a nossa história por partenogênese, que me arrancam pedaços e os toma a seu prazer. Livrem-me desses homens que tomam meus sorrisos, meus desejos, meus planos, meus sonhos, até que tudo se esgote, e não me reste nada além do vazio, porque afinal, eu não sou uma mulher de fé.

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