quinta-feira, 1 de abril de 2010

Déjà vu

A mim me parece que todas as pessoas que eu começo a conhecer se demonstram uma versão de alguém que já conheço ou já conheci. Será que isso é apenas uma impressão, como um déjà vu?Mas se o fosse, não deveria ser tão recorrente. Será que as pessoas, no fundo, são extremamente parecidas a ponto de eu vê-las, umas nas outras? Será que fundo quem busca uma pessoa na outra sou eu? Ou será fadiga e desânimo? E de repente tudo me parece tão igual, tão sem graça, tão sem novidade? E então eu me dou conta de que, por mais que eu sempre tenha achado o "déjà vu" uma coisa impressionante e fora do real, isso é algo que deve ocorrer ocasionalmente em nossas vidas. Viver num eterno déjà vu implica viver numa eterna falta de novidade, implica uma eterna comparação entre a visão anterior e a visão presente. Quero acreditar que as pessoas não são iguais, nem mesmo muito semelhantes. Quero ver coisas novas nelas, quero que me acrescentem. Não quero comparar. Quero acreditar que o problema está, temporariamente, nos meus olhos, que buscam o já vivido na pupila alheia. E espero que, dentro em breve, eles se deem conta de que a pupila alheia tem outras coisas a oferecer, muito mais do que um trivial e enfadonho déjà vu.

Um comentário:

Eduarda Ramos disse...

Todas as indagações fazem sentido, mas eu vi um pouco de desilusão no mundo... monotomia...invalidez...
Torna-se realmente cansativo e sem sal.

Abraço.