domingo, 21 de fevereiro de 2010

Cobrindo de Amor

O primeiro amor é uma coisa mágica tal como descrito em filmes de romance, Se seu amor não é assim então me desculpe, não é amor. Quando o vivemos é uma experiência indescritível, é perceptível em nosso rosto tal satisfação.
O primeiro amor é um cobertor que nos envolve completamente, dos pés a cabeça, é um cobertor quentinho no inverno, e um geladinho no verão. É muito aconchegante, e tem o nosso formato se encaixando perfeitamente em cada curva de nosso corpo. É um cobertor que cobre o corpo e a alma, que cobre a tristeza e esquenta a felicidade, é igual aquele cobertor que tínhamos quando criança, tem o cheirinho que gostamos e sem ele não dormimos bem.
Mas quando perdemos este cobertor, ah meu bem! É triste, é vazio, é frio.
Então o que logo fazemos? Procuramos um novo cobertor! Afinal existem tantas pessoas procurando um bom cobertor. Se eu tive um excelente porque não posso encontrar outro? E com este pensamento nos abrimos a novos relacionamentos. E é nesta hora que percebemos a triste verdade.
Não vamos achar um cobertor igual! Podemos achar um bom cobertor que esquenta direitinho nossos pés, mas deixa nossos ombros gelado, assim não dá, o ombro ta perto do coração e coração gelado não sustenta um cobertor. Então procuramos um que nos cobre o ombro, mas a dura realidade nos mostra que ele não consegue cobrir nossos pés, e pé frio incomoda, nos deixa impaciente, e impaciência não sustenta um cobertor!
O que fazer então? Arranjar dois cobertores, um que cobre o pé e o outro que cobre os ombros. Seria muito bom, mas dá trabalho manter dois cobertores, um já é complicado, temos que lavar, secar, dobrar, manter cheiroso, de tempos em tempos dar aquele trato para ele se manter novo e nos esquentando, imagina isso com dois, mas o maior problema é quando um cobertor souber do outro, aí, já viu né!
Mas com o tempo acabamos encontrando um cobertor legalzinho, que com o passar do tempo consegue cobrir nossos pés e ombros completamente, mas aí vai faltar aquele cheirinho de infância ou qualquer outra característica daquele velho e aconchegante cobertor. Então naquela noite em que o cobertor falhar e não nos esquentar a triste lembrança vai nos penetrar e vai doer, pois o primeiro cobertor a gente nunca esquece.



L.G.

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